sábado, 5 de setembro de 2009

O Orvalho Divino

 

Meu Doce Jesus, no seio de tua Mãe,
Tu me apareces, todo radiante de Amor.
O Amor, eis o inefável mistério
Que te exila da Celeste Morada.
Ah deixa que eu me esconda sob o véu
Que te oculta a todo olhar mortal:
Bem junto a Ti, ó Estrela Matinal!
Vou prelibar um gostinho de céu.

No despertar de uma nova aurora,
Quando do sol vêem-se os primeiros raios,
A pequena flor que a desabrochar começa
Espera do alto céu precioso bálsamo.
Este é o momento do salutar orvalho
Que, cheio de doçura em seu frescor,
Faz borbulhar a seiva em cada galho
E nos botões faz entreabrir-se a flor

Tu és, meu bom Jesus, flor primorosa
Que assim contemplo apenas entreaberta
Tu és, Jesus, a cativante rosa,
Rubro botão de graça que desperta!
Os braços puros de tua Mãe querida
São teu berço, trono real!
Teu doce sol é o seio de Maria
E o orvalho é o leite Virginal!...

Meu Bem-amado, irmão querido,
Todo o futuro eu vejo em teu olhar
Pela ânsia de sofre sempre impelido,
Cedo, por mim, Tua Mãe irás deixar.
Mas sobre a cruz, ó flor desabrochada,
Eu reconheço teu perfume matinal
Eu reconheço o orvalho de Maria
Teu sangue divino é o leite virginal.

Esse orvalho se oculta no santuário,
O Anjo do Céu o contempla jubiloso,
Oferecendo a Deus sua sublime oração,
Dizendo, como São João: "Ei-lo"
Sim, ei-lo, o Verbo feito Hóstia,
Sacerdote eterno, cordeiro Sacerdotal,
O Filho de Deus é o Filho de Maria,
O Pão do Anjo é o Leite virginal.

O Serafim se nutre da glória
E perfeito, no Céu, é seu deleite,
Mas eu, pobre criança, no cibório
Vejo só a aparência e a cor do leite.
Mas é o leite que convém à infância
E de Jesus o amor é sem rival.
Ó terno Amor! Insondável Potência,
Minha Hóstia branca é o Leite Virginal

Santa Terezinha